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AQUI EU DEIXO MINHA MENTE VOAR,IMAGINO E RELEMBRO SITUAÇÕES,ME PERCO ENTRE O REAL E O IMAGINÁRIO.

ESPERO QUE DE ALGUMA FORMA ESSAS MALUQUICES TE AGRADEM.


sexta-feira, 26 de março de 2010

Enquanto você dormia



Enquanto você dormia
Vento leve de um ventilador de teto
Vento que se espalha como você sobre a nossa cama
Você abraça a si mesma enquanto dorme
E a rota luz de um abajur pequeno me revela uma mulher linda
Enroscada em lençóis floridos
Embrulhada como um presente para meus sonhos
Te observo,como quem admira um lindo quadro
Te vejo linda pintura,caprichosamente exposta e disposta no meu destino
Acima,na parede,Jesus e Maria emoldurados,me deixam um tanto quanto incomodado
Mas devem estar gostando do que vêem
É Amor,um amor homeopaticamente receitado
E prazo de validade determinado.
A Santa Madre me mira com um discreto sorriso
O Filho do Homem,parece olhar,incrédulo, teu corpo,com olhos de nostalgia
Ele também não te resistiria
Cabelos longos e negros espalhados com tamanha intimidade em teu travesseiro
Espalham teu gosto,teu cheiro
Tuas coxas,teus pés!
O dia amanhecendo com jeito de temporal
Mas aqui dentro,dentro desse quarto
Há uma luz quente saindo da tua pele.
Pele,ah que pele!
Um pouco suada,exalando um perfume inesquecível para mim.
Sua pele,seu corpo,inspira prazer.
Enquanto os dias passam
Eu sinto prazer!!!
Olhando as tuas curvas,que já decorei,escondidas nesse lindo embrulho floreado
Bom dia menina
Te admiro em silêncio como em uma fotografia
Bom dia menina
Eu te amava
Eu te odiava
Eu te queria
Tudo isso enquanto você dormia.
Isaque S.Santos

NEM ANJO NEM CARRASCO



NEM ANJO NEM CARRASCO

Eu voltei
Voltei a ser a regra
Deixei de ser a exceção
Voltei a ser quem eu era
Essa é minha conclusão


Eu voltei
Passei momentos estranhos
Corri,lutei,cansei
Permiti e demiti sonhos
Só eu sei o que passei


Eu voltei
Sem harpa,nem machado
eu voltei
Feliz,embora um pouco machucado


Eu voltei
Mais bagagens e vocabulário
Eu voltei
Mais bobagens,camisas e papeladas no meu armário


 Eu voltei
E ainda prefiro a leveza da loucura
Eu voltei
Querendo voltar a sentir
Que é quase possível manter a alma pura.

Isaque S.Santos

Amnésia



Amnésia
Pegadas que me esqueci de deixar
Memórias que me esqueci de lembrar
Pedras preciosas que joguei aos porcos
Vaidades perversas que perverti aos poucos
Crimes hediondos,amores odiados
Sinos mudos,sentimentos trocados em miúdos
Onde foram parar os dias que perdi?
Enquanto penteava o cabelo para o mundo encarar.
Histórias sem inicio,tampouco final
Um Porto seguro,cidade natal
Lugar dentro de si para se esconder
Do que penso saber que devo esquecer
Viagem longa dentro e ao redor de mim
Sem destino,coerência ou pena.Eu sou assim.
Criticas criticas criticando critérios discretos.
Loucura disfarçando poesia.
Silêncio gritante nos olhos que choram azuis não serem.
Sopro de dúvida sobre toda minha certeza.
E o medo de ter coragem de ser quem sempre duvidei poder ser.
A beleza das pegadas apagadas
Talvez esteja no esquecer de onde vim
E ninguém saber para onde vou ir
Escondido no momento agora
Sem autópsia no passado
Nem prognóstico de futuro.
Poderia então ter deixado
Pegadas em forma de pontos de interrogação.
De onde viemos,para onde vamos?
Eterna indagação.

Isaque S.Santos